Nos últimos anos, a transição energética tem ganhado força no Brasil e no mundo, com as energias renováveis superando fontes tradicionais em diversas regiões. Segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a capacidade instalada de geração solar e eólica no Brasil ultrapassou 35 GW em 2024, tornando o país um dos líderes no setor de energias renováveis na América Latina. A popularização dessas fontes está sendo impulsionada por avanços tecnológicos, incentivos governamentais e a crescente busca por sustentabilidade.

Expansão e Tendências das Energias Renováveis

A energia solar fotovoltaica tem sido um dos segmentos de crescimento mais acelerado, com investimentos robustos tanto por parte de consumidores residenciais quanto por grandes indústrias. O avanço da tecnologia de armazenamento, como baterias de íons de lítio mais eficientes e acessíveis, tem sido um fator determinante para viabilizar o uso de fontes intermitentes, garantindo energia mesmo durante a noite ou em períodos de baixa radiação solar.

Além disso, a energia eólica segue em expansão, especialmente no Nordeste do Brasil, onde os ventos constantes favorecem uma geração de eletricidade mais estável. A integração dessas fontes renováveis a redes inteligentes (Smart Grids) tem sido uma das soluções para aprimorar a eficiência do sistema elétrico e reduzir desperdícios.

Apesar do crescimento acelerado, especialistas alertam para desafios que precisam ser enfrentados, como a necessidade de modernização da infraestrutura elétrica para suportar um volume maior de energia distribuída, além da capacitação de profissionais qualificados para operar e manter essas novas tecnologias.

Leonidas Borges, especialista em automação e eficiência energética

A Visão de um Especialista: Leonidas Borges

Para entender melhor como essas inovações estão impactando o setor elétrico, conversamos com Leonidas Borges, especialista em automação e eficiência energética, que tem acompanhado de perto o crescimento das energias renováveis no Brasil e na América Latina.

O Mundo Hoje: Quais são os principais avanços tecnológicos que estão permitindo esse crescimento das energias renováveis?

Leonidas Borges: A combinação de tecnologias como armazenamento de energia e Smart Grids tem sido fundamental. Os sistemas de baterias estão mais acessíveis e eficientes, permitindo que consumidores armazenem a energia gerada durante o dia para uso à noite. Além disso, as redes elétricas inteligentes facilitam a integração dessas fontes renováveis ao sistema de distribuição, tornando a operação mais eficiente e confiável.

O Mundo Hoje: Muitas empresas e consumidores estão investindo em energia solar e eólica. O que eles devem considerar antes de adotar essas tecnologias?

Leonidas Borges: O primeiro passo é avaliar o consumo energético e o local de instalação. Sistemas solares, por exemplo, exigem um bom dimensionamento dos painéis e inversores para que a geração atenda às necessidades do usuário. Já a energia eólica depende da localização e das condições do vento. Além disso, é essencial buscar equipamentos de qualidade e instalação feita por profissionais capacitados para garantir eficiência e segurança.

O Mundo Hoje: Quais desafios o setor ainda precisa enfrentar para expandir as energias renováveis no Brasil?

Leonidas Borges: O Brasil tem grande potencial, mas ainda precisa avançar na modernização da infraestrutura elétrica para que o sistema consiga absorver toda a energia gerada por essas fontes. Além disso, é necessário um esforço maior na capacitação de profissionais para que possamos atender à crescente demanda por projetos de energia renovável de forma qualificada e segura.

O Futuro das Energias Renováveis

A expectativa para os próximos anos é que o crescimento das fontes renováveis continue acelerado, impulsionado pelo barateamento das tecnologias e por políticas públicas que incentivam o setor. Empresas e consumidores que investirem nessas soluções agora poderão garantir maior autonomia energética, reduzir custos e contribuir para um futuro mais sustentável.

A revolução energética já começou, e a adoção dessas tecnologias não é mais uma questão de tendência, mas de necessidade para o desenvolvimento sustentável do setor elétrico.