O reconhecimento de educadores brasileiros segue ganhando fôlego com histórias que conectam excelência pedagógica, compromisso social e sensibilidade artística. É o caso de Jean Valverde de Oliveira, músico profissional e educador com forte atuação em projetos de musicalização voltados a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Com uma trajetória iniciada em 2008 como professor de música da Fundação ANA (Acolher - Nutrir - Amar), em Vitória da Conquista (BA), Jean impactou diretamente a vida de mais de 70 alunos, promovendo não apenas o ensino técnico de instrumentos como guitarra, piano e bateria, mas também o desenvolvimento emocional e social de seus estudantes. Seus concertos escolares, oficinas criativas e intervenções musicais com foco educativo foram destaque local por anos consecutivos.

Esse legado foi reconhecido em dezembro de 2023 com a concessão do Prêmio Black Belt Education, uma das mais importantes distinções no setor educacional da América Latina, promovida pela Academia de Negócios e Empreendedorismo. O prêmio homenageia profissionais de destaque na transformação social por meio da educação e da liderança pedagógica, com curadoria em parceria com a ICLA – International Coaches and Leaders Association, de Orlando-FL.

“A música é uma linguagem universal. Ela ensina empatia, organização e autoestima. Quando aplicada de forma pedagógica e inclusiva, é capaz de transformar futuros inteiros,” diz Jean, que  segue envolvido com iniciativas de educação e arte comunitária.

Além da premiação, Jean foi convidado no início de 2024 para integrar, como membro fixo, a Banca Examinadora do Prêmio Black Belt Education 2024, ao lado de outros especialistas em educação, gestores escolares e líderes de projetos inovadores no Brasil e no exterior. Sua responsabilidade é contribuir na avaliação de histórias e resultados de candidatos indicados ao prêmio, assegurando imparcialidade e excelência nos critérios de seleção.

Jean Valverde de Oliveira, músico profissional e educador musical

Brasil Agora: Jean, olhando para a sua trajetória, o que você considera mais transformador na experiência de educar por meio da música?

Jean Valverde: O mais transformador é ver uma criança descobrir o próprio valor. Muitos alunos que chegaram aos projetos tímidos, inseguros ou em contextos difíceis passaram a acreditar em si mesmos por meio da música. A arte devolve esperança, cria disciplina e mostra que todo esforço tem recompensa. Esse processo de evolução humana é o que mais me emociona.

Brasil Agora: Qual a importância de prêmios como o Black Belt Education para educadores que atuam nas pontas do sistema?

Jean: É fundamental. Reconhecer quem está na base, ensinando com poucos recursos, mas com muito amor, é dar visibilidade a histórias que realmente movem a sociedade. Esse prêmio não é apenas uma honra pessoal — é uma validação do poder da educação como motor de mudança.

Brasil Agora: Como você vê o futuro da musicalização como política pública?

Jean: Vejo com esperança, mas também com a responsabilidade de continuar lutando para que ela seja acessível. O ensino musical precisa estar nas escolas, nas periferias, nos centros comunitários. Quanto mais cedo a criança tiver contato com a música, maiores as chances de ela se tornar um adulto criativo, crítico e sensível.

Jean Valverde de Oliveira é um exemplo de como o talento, aliado ao propósito educacional, pode atravessar fronteiras. Sua história ecoa além das partituras — ela ressoa como símbolo de resistência, inclusão e transformação social por meio da arte. Premiado, respeitado e agora jurado em uma das mais prestigiadas bancas educacionais do continente, Jean segue afinando a educação com sensibilidade, técnica e compaixão.